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Mentira e Verdade - Eduardo VarandasO quão difícil é seguir o caminho da Verdade, não achas? Dói, até admiti-la para nós mesmos diante do espelho, quanto mais vivê-la como parte integrante da nossa vida.

Por questão de eqüidade, é preciso, contudo, discernir a “omissão da verdade da mentira qualificada que é o ato imoral e vicioso de defraudação consciente dos fatos.

A Comissão da verdade é elemento de subjetivação do subconsciente humano, de acordo com traumas de raiz, problemas psiquiátricos etc e, quando omitimos os fatos desta forma, por indução interna não-voluntária, não estamos mentindo por mentir, talvez estejamos psicologicamente instáveis. Não é o desejável, mas é tolerável, eis que advém das vicissitudes naturais do ser humano.

Contudo, a mentira qualificada é a vontade livre e consciente de dissimular atos, fatos, conceitos, características, atributos e comportamentos para suprir ou "remediar" nossas falhas, projetar falsamente nosso ID e granjear aceitação, admiração dos que gostamos.

Quando a mentira vem em forma de calúnia, injúria ou difamação, projetamos no outro nossas malquerenças internas e nossa pequenez de caráter.

A mentira, em níveis graves, aprisiona o homem, tornando-o refém das falsidades por ele criadas. Ele abandona sua personalidade para ser e viver o personagem objeto de seus devaneios. São as máscaras moldadas pelo simulacro, impostura, fingimento, hipocrisia, intrujice e toda sorte de patranhas, feitas de materiais mais ou menos resistentes, as quais impedem o homem de feliz. Isto porque nenhuma felicidade é legítima, se amparada no embuste.

As pessoas passam a gostar de um personagem teatralesco e, muitas vezes, de um mero arlequim de uma sociedade hipócrita, manufaturadora de bibelôs para todos os gostos e liturgias.

A máscara da mentira fixa-se se rosto humano, impedindo-lhe de ser mostrado como de fato é, chegando a cegá-lo muitas vezes. Creio que isso afasta o homem de Deus, porque a fé genuína advém da verdade de ser o que de fato é e, ainda assim, enfrentar as provações e obstáculos para aproximar dos sentimentos legítimos semeados pelo Criador: amor, temperança, bondade e muitos outros.

Aliás, a obra mais sábia da história da humanidade, Palavra de Deus, segundo os crentes, preconiza que o Pai da Mentira é Satanás (Bíblia Sagrada, João 8:44). E é mesmo Livro que diz que somente a verdade é libertadora (idem, João 8:32)

Quando o adágio popular diz que mentiras têm pernas curtas, é porque nenhuma máscara resiste ao calor da luz da verdade. Todas, do ouro à cera, cedo ou tarde, derretem-se, escorrendo pelo corpo dos mentirosos e se esvaindo na fossa das mediocridades humanas.

A liberdade advém da verdade, porque vivendo os nossos verdadeiros “eus” nos libertamos dos grilhões da culpa, do autoflagelo e do eterno e desconfortável compromisso de ser sempre um ator.

É bom que se diga, todavia, que a verdade custa caro. Os preços para se ser verdadeiro são altos. Isto porque, como vivemos no mundo das aparências vãs, a verdade sempre incomodará e será condenada pela horda de ímpios que dominam "o grande palco", ao qual denominamos sociedade.

Assim, é bom refletires sobre a verdade na tua vida. O espelho da vida está posto agora à tua frente, mira-o e vê como de fato és. Pergunta-te ao final: Serei um personagem ou serei eu mesmo?

Eduardo Varandas Araruna

eduardovarandas@hotmail.com