Enquanto os paraibanos discutem a legalidade da Marcha da Maconha, uma outra bandeira é levantada pelos oficiais de justiça: a que pede transparência no TJ-PB.
A situação é crítica. As inconstitucionalidades são muitas e a vontade de regularizar e lutar por uma justiça “justa” parece que não está nos planos do desembargador Antônio de Pádua.
Os desembargadores dão a entender que não há tempo para pensar no mundo aqui fora. Enclausurados em seus castelos – fazendo contraste com a pobreza da Paraíba – os juízes e desembargadores só pensam em criar mais cargos. E com um agravante: sem concurso público, por indicação.
Poderia ser uma idéia louvável se não ferisse o artigo 37º da Constituição Federal, que exige o concurso. Mas não é. É vergonhoso. E algo precisa ser feito com urgência.
O que existe na Paraíba é o retrocesso de idéias e de ações. Um país onde centenas de pessoas se esfacelam diante de livros e apostilas para conseguir o mínimo de dignidade, o TJ vem com “toda autoridade” dizer que não está fazendo nada contrário à lei. Essa luta não deve ser apenas dos oficiais de justiça, mas de toda a sociedade paraibana.
Ao enviar o projeto para a criação de 120 cargos, diga-se de passagem, cabide de emprego, o TJ desconsiderou a opinião do povo, daqueles que têm um pouco de conhecimento suficiente para discernir o erro da proposta. O TJ desconsidera tudo.
Como se só existisse um poder. Atrelado ao Legislativo, causa temor aos oficiais de justiça, que esses dois órgãos dêem as mãos. Deveriam ser dois, mas continuam sendo um. Mais forte, quase imbatível, senhor da razão.
Do outro lado, a sociedade, os oficiais de justiça. Desistir não é caminho, lutar sim. Ter a convicção que alguma coisa pode ser feita. E mais uma vez indagar: mediocridade ou descaso?