Esquizofrenia. Foi este o diagnóstico dado ao homem que atentou contra vida de três pessoas no estado de São Paulo, na manhã de quinta-feira (18). Entre as vítimas está o Oficial de Justiça Marcelo Ribeiro Barros, de 49 anos. Segundo informações da polícia, o acusado tem problemas mentais.
Tudo aconteceu quando o Oficial de Justiça se dirigiu a casa do administrador de empresas, Fernando Gouveia, acompanhado de um médico, um enfermeiro e um advogado para cumprir um mandado de interdição judicial solicitado pela família do acusado. De acordo com informações, uma psicóloga que mora com o administrador recebeu o Oficial. Em seguida, Fernando apareceu e disparou vários tiros que atingiram o técnico de enfermagem, a psicóloga e o Oficial de Justiça que recebeu um tiro próximo ao coração. A Secretaria Municipal de Saúde informou que o estado de saúde dos três é considerado estável.
A Polícia Militar compareceu ao local e foi recebida a tiros por Fernando Gouveia. Diante da situação que representava riscos, a polícia preferiu entrar em processo de negociação com o acusado que se entregou 9 horas depois do atentado. Na delegacia Fernando alegou que agiu em legítima defesa, pois agrediram sua amiga e que também ninguém se identificou.
Ao verificar a casa de Fernando Gouveia, a polícia encontrou um revólver calibre 38 com mira telescópica, uma pistola semi-automática, uma espingarda calibre 12, munição, faca de artes maciais e outras armas. O delegado José Gonzaga Marques comunicou que o acusado será submetido a um exame de sanidade mental, e a partir da conclusão dos exames ele vai receber tratamento adequado. “A conduta dele é infracional, não muda nada! Ele praticou verdadeiramente um crime múltiplo e será responsabilizado. O que acontece é que ao invés de ser condenado, ele será submetido a uma medida de segurança internativa”, explicou.
O Tribunal de Justiça de São Paulo informou que o Oficial de Justiça está recebendo o apoio de dois secretários do órgão, um da presidência e outro da área de saúde. A Associação dos Oficiais de Justiça de São Paulo lamentou o ocorrido e a falta de segurança que acompanha os servidores. Comentou ainda que a categoria está assustada.
Em meio às notícias deste ocorrido, não podemos deixar de lembrar o arsenal encontrado na casa do acusado. São armas de vários tipos e muitas munições. O que dizer deste achado? O que dizer da profissão de Oficiais de Justiça que necessita ter o porte de arma e não o tem porque o projeto de Lei Complementar 30/2007 que objetiva a sua autorização também para a categoria dos Oficiais de Justiça encontra-se em pendência para ser votado no Congresso Nacional? Não há muito para dizer e sim o que vê. Vemos Oficiais de Jusyiça vulneráveis à violência de uma profissão que merecia mais atenção e melhor condição para se trabalhar. Profissão esta, que foi seguida por opção, mas que nem por isto, se deve ficar a mercê das agressões, dos assaltos, dos tiros e da abnegação do Congresso Nacional. Isto tudo pode deixar de ser “ossos do ofício”.
Míria Maria
Assessora de Imprensa